(Foto: Jornal Folha da Cidade)
Uma pesquisa de amostragem feita pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostra que, em Curitiba, 2,7% dos voluntários do estudo estavam com Covid-19, mas sem nenhum sintoma. O que significa que pessoas assintomáticas podem estar circulando também no transporte público da cidade.
"Em média, a cada 50 pessoas, vai ter uma pessoa assintomática andando nesse ônibus. Imagine que eu uso esse ônibus de manhã e de tarde, eu vou estar em contato com 100 diferentes pessoas, depois de dois dias, 200 diferentes pessoas. Depois de três dias, certamente, eu estive no mesmo ambiente com pelo menos uma pessoa contaminada", explicou o pesquisador Emanuel Souza.
Em um ônibus comum de Curitiba cabem 85 pessoas, mas por causa da pandemia, nos horários de pico a capacidade é de 65% - sendo 24 pessoas sentadas e as demais em pé. O problema é que, segundo os usuários, isso não tem acontecido.
"É cheio, lotado, tem gente que não está usando máscara ou usa na metade [do rosto]. Se tiver vírus aí, eu vou levar eles para casa, contaminar todo mundo lá", pontuou a passageira Terezinha Lima.
No Terminal do Pinheirinho, um dos maiores da capital, a RPC flagrou no fim da tarde desta sexta-feira (18) muitos ônibus saindo do terminal já cheios.
Os ônibus mantém as janelas abertas mas, a transmissão do vírus é por aerossol - micro gotículas - e quanto mais pessoas dentro do ônibus, pior o a circulação de ar e mais fácil a contaminação.
A Urbanização de Curitiba (Urbs) afirma que o movimento de passageiros por dia está em 360 mil - 52% a menos do que antes da pandemia e diz que o problema está na Região Metropolitana de Curitiba.
"Quando chega um ônibus da região metropolitana eles chegam mais carregados, sim, porém a nossa fiscalização constantemente está informando a Comec de que é necessário fazer mais inserções de ônibus para poder diluir a quantidade de passageiros", comentou Ogeny Pedro Maia Neto, preseidente da Urbs.
Já a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) admite que é impossível fazer distanciamento social dentro de um ônibus e afirma que o problema é que os usuários precisam do transporte público sempre na mesma hora.
"A gente têm sido sempre muito justo e sincero desde o início, é impossível praticar o distanciamento social dentro dos ônibus. Se as pessoas estão indo para um lugar no mesmo horário é porque esses serviços, essas atividades, continuam funcionando no mesmo horário. O grande desafio seria o escalonamento", disse o presidente da Comec, Gilson Santos
Fonte: G1 Paraná