(Foto: Jornal Folha da Cidade)
SÃO PAULO (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro
disse nesta quinta-feira em entrevista à Rádio Jornal de Pernambuco que o
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), agiu de forma diferente do que
fez no passado ao rejeitar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre
de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro
disse lamentar a decisão de Pacheco e afirmou que quando o ministro do STF Luís
Roberto Barroso determinou a abertura da CPI da Covid na Casa o presidente do
Senado cumpriu a decisão.
“O presidente do Senado,
o senhor Pacheco, entendeu e acolheu uma decisão da sua advocacia, da advocacia
lá do Senado. Agora, quando chegou uma ordem do ministro Barroso para abrir a
CPI da Covid, ele mandou abrir e ponto final. Ele agiu de maneira diferente de
como agiu no passado”, disse Bolsonaro à emissora.
A legislação prevê que
cabe ao presidente do Senado optar se dá ou não andamento a um pedido de
impeachment contra um ministro do STF. Não dá ao presidente da Casa, no
entanto, a opção de descumprir uma decisão judicial, como a dada por Barroso
para que fosse aberta a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
O presidente assinou o
pedido de impeachment contra Moraes e voltou a acusar o ministro de ignorar
artigos da Constituição. Ele disse que seguirá lutando “dentro das quatro
linhas” para, segundo ele, garantir a liberdade do povo.
“Nós sabemos, vocês
sabem, que nessa briga eu estou praticamente sozinho. Quais as acusações contra
o senhor ministro Alexandre de Moraes? Ele simplesmente ignora a Constituição”,
acusou.
“Lamento a posição do
senhor Pacheco no dia de ontem, mas nós continuaremos aqui no limite, dentro
das quatro linhas, buscar garantir a liberdade do nosso povo.”
Bolsonaro, que na
entrevista repetiu alegações já desmentidas e sem fundamentos contra o sistema
eletrônico de votação, criticou Moraes pela condução do inquérito das Fake News
e dos atos antidemocráticos, nos quais alguns aliados do presidente foram
presos após divulgação de notícias falsas e ataques às instituições. Bolsonaro
afirma que essas declarações são parte da “liberdade de expressão” de seus
aliados.
Na
quarta-feira, Pacheco citou argumentos jurídicos e políticos ao anunciar sua
decisão de rejeitar e arquivar o pedido de impeachment contra Moraes.