(Foto: Jornal Folha da Cidade)
De todas as covardias aplicadas aos perseguidos políticos do STF e de Alexandre de Moraes, talvez a maior delas seja manter todos os processos sob sigilo. O cidadão já é alvo de medidas ilegais e abusivas e, ainda por cima, não pode expô-las ao mundo. É como ser torturado num porão com fita adesiva na boca e o algoz gritando: "Não chora que vai ser pior! Aqui não tem ninguém para te ouvir mesmo...".
A audiência pública que realizamos sobre o Twitter Files Brasil ontem, na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, foi o momento de gritarmos. Os jornalistas Michael Shellenberger, David Ágape e Eli Vieira - este último também colaborador da Gazeta do Povo focaram nos e-mails revelados sobre o caso brasileiro bem como na inconstitucionalidade e imoralidade da censura.
Já o jornalista Glenn Greenwald e eu apresentamos um aspecto adicional: além da censura à liberdade de expressão, também está em curso uma censura judicial contra os perseguidos políticos. De posse de uma das ordens judiciais de censura, Greenwald mostrou na tela uma imagem chocante (mas já conhecida, infelizmente, de todos os alvos de censura no Brasil): uma primeira página de um processo secreto em que todos os advogados, autores, procuradores e investigados estavam ocultos sob as palavras escritas em maiúsculo SOB SIGILO. Somente o nome do relator Alexandre de Moraes, estava publicado.
Gazeta do povo