(Foto: Jornal Folha da Cidade)
Lula chegou ao Rio Grande do Sul flagelado por uma enchente histórica fazendo política barata, dizendo que estava torcendo para o Internacional e para o Grêmio. O que você talvez ache que não tem a ver com o momento, mas só porque você é razoavelmente normal. Para gente como Lula, toda tragédia é uma oportunidade de conquistar votos e devotos para a seita que leva seu nome. Mas isso nem foi o pior que aconteceu nos últimos dias.
Aconteceu tanta coisa ruim. Ou melhor, aconteceu tanta coisa que revela o momento desgraçado que este país atravessa. A tal ponto que, em certo momento, fiquei me perguntando se ainda somos mesmo um país chamado Brasil e um povo que costumava se identificar como "brasileiro". Afinal, é para momentos de calamidade que existe toda a estrutura civilizacional que chamamos de sociedade, não?
No entanto você vê Reinaldo Azevedo culpando o agronegócio pela tragédia da enchente. Ou vê Daniela Lima fazendo leituras políticas dessa mesma tragédia, ignorando o sofrimento das famílias e toda feliz com a possibilidade de Lula tirar proveito da situação. Ou vê a ministra Marina Silva culpar Bolsonaro pela tragédia. Ou vê petistas de outras regiões do país gravando vídeos reagindo com zombaria e desprezo a uma tragédia que, na cabecinha doente deles, atinge apenas brancos fascistas e bolsonaristas.
Madonna
Por falar nisso, na epidemia de ensimesmamento, é sintomático que nem tenha passado pela cabeça do prefeito Eduardo Paes ou do pessoal do marketing do Itaú cancelar o show daquela senhora caquética que alguém descreveu como uma Dercy Gonçalves ainda mais vulgar, e que atende pelo herético nome artístico de Madonna. Entre a imoralidade de não querer arcar com o prejuízo de um cancelamento e a dignidade de fazer o que é certo, prefeitura e patrocinador preferiram a imoralidade.
Fonte: Gazeta do povo por PAULO POLZONOFF