(Foto: Jornal Folha da Cidade)
O Brasil enfrenta um aumento preocupante de
21,1% no número de lixões desde 2014, desafiando a meta estabelecida pela
Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tem o objetivo de eliminar essas
áreas até o fim deste mês de agosto. Dados do Sistema Nacional de Informações
de Saneamento revelam que o total de lixões mapeados saltou de 1.297 para 1.572
na última década, com um crescimento acentuado entre 2019 e 2022. A região
Nordeste é a mais afetada, concentrando 883 lixões irregulares. Organizações
não governamentais estimam que o Brasil possui pelo menos 3 mil lixões ativos,
com descarte inadequado de 33,3 milhões de toneladas de resíduos anualmente. Essa situação alarmante destaca
a necessidade urgente de ações efetivas para a gestão de resíduos. A
Associação Brasileira de Municípios (ABM) alerta que a meta de erradicação dos
lixões é inviável sem o suporte adequado dos governos federal e estadual.
Muitos municípios carecem de recursos financeiros para a construção de aterros
sanitários, o que torna a situação ainda mais crítica. A ABM
defende a implementação de um plano abrangente que inclua a coleta seletiva e o
descarte correto dos resíduos.
Em resposta a essa problemática, o Ministério do Meio Ambiente está elaborando uma proposta de pacto humanizado para a
eliminação dos lixões, contando com a colaboração de diversas associações. No
entanto, ainda não foram divulgados detalhes concretos sobre essa iniciativa. A
Confederação Nacional de Municípios (CNM) também ressalta que a erradicação dos
lixões exige um esforço conjunto entre a União, os Estados e os Municípios.
Além disso, o Ministério das Cidades anunciou um edital com um investimento
superior a R$ 11 milhões, destinado a fortalecer as redes de catadores. Também
foi anunciado um aporte de R$ 1 bilhão para promover a coleta seletiva e a
construção de aterros sanitários, medidas que podem melhorar a gestão de
resíduos no país e contribuir para a redução dos lixões.
Municípios
devem enviar até esta terça (20) plano de Gestão de Resíduos
Termina
hoje, as 23h59, o prazo para os municípios enviarem informações sobre a gestão
de resíduos para a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana). Essa
norma, prevista em lei, além de preservar o meio ambiente também
traz diretrizes sobre as cobranças de tarifas. A resolução foi aprovada em
2021 e regulamenta os serviços públicos de saneamento básico, com parâmetros da
cobrança pela prestação do serviço público, reajuste nas tarifas, por exemplo,
e também a destinação do lixo das indústrias e do comércio e estabelece ainda
diretrizes para o serviço público de limpeza urbana como varrição, capina, poda
e limpeza de espaços públicos e reciclagem. Tudo para garantir eficiência
e sustentabilidade, além de ter como objetivo o fim dos lixões no brasil e
melhorar a prestação desses serviços até 2033.
A norma
de manejo de resíduos sólidos é
uma daquelas questões que parecem distantes, mas afetam diretamente nossa
qualidade de vida. O Brasil possui grandes desafios já que cerca de 40%
do lixo não têm destinação adequada, o que
aumenta a poluição do solo, da água e do ar. Outro problema é que muitas
cidades não conseguem implementar por falta de dinheiro. Quase 80% não têm
recursos cobrir as despesas com a coleta. Sem apoio técnico e financeiro,
muitos desses municípios vão continuar enfrentando dificuldades para cumprir a
norma.
Fonte: Jovem Pan