(Foto: Jornal Folha da Cidade)
Já está ganhando forma o mais novo shopping de Curitiba. O
Jockey Plaza, maior shopping em desenvolvimento do Brasil, tem previsão de
inauguração para abril de 2019. Com dois pavimentos comerciais, dois subsolos
de garagem e mais um estacionamento ao ar livre, o projeto prevê espaço para
420 lojas. Mas, mais do que imenso, a ideia do shopping é ressignificar o
lazer, fazendo com que as pessoas se sintam numa extensão de um espaço público
como a rua, um parque ou uma praça.
O projeto é desenvolvido em um trabalho conjunto do Studio
Arthur Casas, que trabalhou os interiores, com o arquiteto Manoel Doria, do
escritório Doria Lopes Fiuza Arquitetos Associados, e a paisagista Renata
Tilli.
Raul Ferreira Valadão, coordenador de projetos, e Gabriel
Ranieri, diretor do Studio Arthur Casas, explicam que a relação das pessoas com
os espaços públicos mudam totalmente dependendo dos materiais utilizados no
projeto. “Por isso, a gente buscou uma certa harmonia, tornando o ambiente
mais relaxante. O tradicional do shopping é ter muita luz e muita informação. A
gente tentou trazer algo mais casual e confortável“, afirma Valadão.
“Encabeçamos esse projeto para poder colocar no Jockey tudo
o que já colocou nos outros shoppings em funcionamento, e transformar este no
nosso projeto mais moderno. Ele já foi totalmente pensado em cima de
uma realidade testada“, afirma Daniel Tacla, diretor do Grupo Tacla, que
está à frente do empreendimento. A empresa também é a administradora da rede de
shoppings Palladium.
Pisos localizadores e gastronomia mais intimista
Uma das novidades dos interiores está no revestimento do
piso. Para evitar a usual confusão em meio às lojas, o projeto traz uma
diferenciação dos corredores do shopping com cores. Além disso, linhas no chão
vão indo de tons claros para escuros, para que exista uma referência de
localização. “Pela grande extensão do corredor, que terá 300 metros, o piso tem
tonalidades parecidas que vão se tornando um degradê. Essa sensação de
localização é o contrário do que se fazia antigamente: fazer as pessoas se
sentirem perdidas”.
A praça de alimentação também promete uma experiência
totalmente distinta do “mar de cadeiras”. Os lugares serão organizados como
nichos e bolhas, cercados por ilhas de vegetação, para dar mais privacidade aos
grupos. Uma grande janela também dá vista para o Jóquei, se integrando com a
paisagem. O ambiente terá um tratamento de forro acústico no teto para
criar conforto também nesse quesito. “O objetivo é criar uma experiência íntima
e calma, sem dar a sensação de quase 1.400 [pessoas] comendo no mesmo lugar”,
completa Ranieri. Serão 28 operações de fast-food no local.
Na contra-mão da imponência
Quebrar a sensação de imponência e trazer os ambientes para
uma escala humana foi uma premissa que chegou também à fachada. “A escala desse
projeto foi sempre tentar não ser tão impessoal. Por isso a fachada quebra a
sensação de um shopping infinito“, declara Valadão. “A gente entendeu
que fragmentar esse volume e projetar uma conexão com a parte de dentro seria
melhor do que oprimir pela sua extensão imensa”. Por isso, a parte externa é
toda dividida em blocos que trabalham texturas, luz e sombras que brincam com a
divisa entre as partes de dentro e de fora.
Fonte: Gazeta do Povo