(Foto: Jornal Folha da Cidade)
A Venezuela anunciou na noite desta sexta-feira (22) o fechamento da fronteira com a Colômbia pelo estado Táchira (oeste).
"O Governo Bolivariano informa à população que, devido às sérias e ilegais ameaças do Governo da Colômbia contra a paz e a soberania da Venezuela, tomou a decisão de um fechamento total temporário de todas as pontes que unem ambos países por Táchira ", escreveu a vice-presidente Delcy Rodríguez no Twitter.
Rodríguez disse que as pontes fechadas são a Simón Bolívar - a mais importante travessia de pedestres - na cidade de San Antonio, a ponte La Unión, em Boca de Grita, e Santander, em Ureña.
Uma quarta ponte, que liga Táchira à Colômbia, Tienditas, também localizada em Ureña - na fronteira com a cidade colombiana de Cúcuta - está bloqueada com grandes contêineres de caminhões e outros obstáculos desde o início do mês.
O governo "dá garantias completas ao povo venezuelano e colombiano para ter passagens de fronteira seguras, e uma vez controlados os grosseiros atos de violência contra nosso povo e nosso território, a normalidade da fronteira será restaurada", acrescentou.
Tensão na fronteira
Um confronto entre indígenas e militares venezuelanos que deixou uma pessoa morta e outros feridos, um clima de tensão e o uso de rotas clandestinas marcaram a sexta-feira (22), o primeiro dia do bloqueio da fronteira da Venezuela com o Brasil, após ordem de Nicolás Maduro.
Apesar da determinação, que barra o tráfego de veículos e pessoas, venezuelanos continuaram a transitar entre os dois países. Muitos se arriscaram por caminhos na mata. "Estamos morrendo de fome", disse um deles ao G1, que carregava o filho de dois anos.
Já na fronteira da Venezuela com a Colômbia, foi promovido um show humanitário chamado "Venezuela Aid Live". O evento teve participação de nomes como Maná, Alejandro Sanz e Maluma.
O líder opositor Juan Guaidó, que tenta se impor como presidente interino, cruzou a fronteira para participar do evento. Ele estava proibido de deixar o país. Em meio ao impasse político no país, Guaidó e Maduro disputam o apoio dos militares venezuelanos.
O objetivo de Maduro ao fechar a fronteira é impedir a entrada de suprimentos enviados por países que apoiam Guaidó. Ele afirma que a ajuda humanitária é um pretexto para uma invasão militar à Venezuela e subsequente golpe para tirar o chavismo do poder, e acusa os Estados Unidos de formarem um complô com Brasil e Colômbia.
Além do Brasil, mais de 40 países reconhecem o líder oposicionista como presidente venezuelano. A Rússia e a China, que apoiam Maduro, afirmaram que a entrada de ajuda humanitária na Venezuela pode criar conflitos.
G1