(Foto: Jornal Folha da Cidade)
O que era para ser um simples entrevista para um documentário se transformou em mais uma disputa jurídica entre Elize Araújo Matsunaga e os pais de Marcos Matsunaga, ex-marido morto e esquertejado por ela em 2012. Condenada a 16 anos de prisão, Elize conseguiu autorização da Justiça para falar a dois jornalistas de uma produtora. Entretando, os pais de Marcos entraram com ação para impedir as declarações da ex-nora. A idéia da empresa é fazer um filme sobre o caso.
Na petição os pais de Marcos afirmaram discordar de forma veemente da entrevista, bem como da divulgação de qualquer conteúdo relacionado a morte do filho. Eles se dizem preocupados com a integridade psicológica da neta, filha de Elize e Marcos, que está prestes a completar 8 anos e vive com os avós paternos. Eles dizem ter em mãos uma decisão judicial que impede qualquer menção sobre a criança na internet. Alegam ainda que a "Constituição Federal tutela a dignidade da pessoa humana e resguarda os direitos da personalidade , à intimidade , à vida privada, à honra e à imagem das pessoas".
A defesa de Elize rebate que essa decisão não guarda relação com o caso, mas versa sobre a proibição da veiculação do nome da menor em sites de busca e em redes sociais.
Ele alega que sua cliente foi exposta em um outro documentário "em que os interessados expuseram somente a sua versão acusatória, o que pode facilmente ser conferido na internet". "Elize tem o direito de se expressar e de narrar a sua própria história, não há nada de ilícito em contar os fatos da sua vida e as circunstâncias do crime, seja porque a ação penal é pública, seja porque sua liberdade de expressão está garantida constitucionalmente", diz Santoro. Segundo o advogado, não houve pagamento de cachê pela produção jornalística.
A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execução Criminal de São José dos Campos , marcou uma audiência entre as partes para quarta-feira dia 10. Elize está presa há sete anos e tenta passar do regime fechado para semiaberto.