(Foto: Jornal Folha da Cidade)
O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (26) o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. O paciente de 61 anos, morador de São Paulo (SP), provavelmente foi infectado na região norte da Itália e retornou ao Brasil na semana passada, quando apresentou os primeiros sintomas.
A confirmação veio após a realização da contraprova dos exames pelo Instituto Adolfo Lutz, laboratório referencial nacional nesta área. A notificação foi realizada pelo Hospital Albert Einstein, na capital paulista, no dia 25 de fevereiro.
O paciente passa bem e está em casa, em isolamento familiar. Ele estava assintomático e, depois de alguns dias, procurou um serviço de saúde com sintomas respiratórios.
O isolamento faz parte do protocolo do Ministério da Saúde para evitar a transmissão para outras pessoas. Assim que acabarem os sintomas, o homem será liberado para retomar sua vida normal, tendo em vista que o risco de transmissão já não existirá mais.
Atualmente, o Brasil tem 20 casos suspeitos da doença. Outros 59 já foram descartados pelas autoridades. Dos casos suspeitos, maioria é de pacientes de SP.
Situação no Paraná
De acordo com o deputado estadual Michele Caputo (PSDB) as autoridades de saúde do Paraná devem se preparar para uma possível chegada do vírus. “É possível que tenhamos casos, ainda mais com o avanço da doença pelo mundo. Por isso, o momento é de reforçar a vigilância e ficar atento ao estado de saúde das pessoas que retornam desses países com circulação da doença”, ressaltou.
Ele lembra que o Estado já teve casos suspeitos da doença. “Todos foram descartados. Não há motivo para pânico. Isso é normal e mostra que o monitoramento está sendo feito, conforme preconiza o protocolo do Ministério da Saúde”, explicou o deputado, que já foi secretário estadual da Saúde.
Para ele, a inclusão de novos países na lista de risco do Ministério da Saúde deve fazer com que o número de casos suspeite aumente nos próximos dias. “Enquanto não temos vacina para o novo coronavírus, o importante é se prevenir”, concluiu.
Países com circulação da doença
Nesta semana, o Ministério da Saúde já havia ampliado os critérios para definição de caso suspeito para o novo coronavírus. Agora, também estão enquadradas dentro desta definição as pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar, e vierem da Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia. Na sexta-feira (21), a pasta incluiu Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China.
A decisão da pasta de aumentar o nível de segurança e sensibilidade da vigilância surgiu da preocupação que esses países têm gerado em decorrência da grande quantidade de casos do novo coronavírus nos últimos dias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses países têm pelo menos cinco casos com transmissão interna da doença.
Prevenção
Ainda não existe vacina para prevenir a doença, mas estudos já estão sendo realizados em diversos países para se chegar a uma alternativa de imunização. Por enquanto, a melhor forma de se proteger é adotar aqueles velhos hábitos de higiene e prevenção contra doenças respiratórias.
“Como o contágio de pessoa para pessoa é por gotículas contaminadas, as recomendações são as mesmas da gripe. Lavar frequentemente as mãos, não compartilhar objetos de uso pessoal, manter os ambientes sempre bem arejados e evitar o contato com pessoas doentes é sempre válido”, recomenda o deputado Michele Caputo.
Preocupado com a situação, Caputo levou o tema também à Assembleia Legislativa do Paraná. A audiência pública “Novo Coronavírus – O que podemos fazer para nos proteger?” contou com a palestra do Secretário Nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira. O objetivo foi esclarecer as pessoas sobre o que está sendo feito para evitar um possível epidemia no Paraná e no Brasil.